Diálogo

Anda diz logo o que quer, vai dizer que não quer meu corpo? Que não me quer?

- não te quero!

-como se eu acreditasse, acha que não sei que passa na sua mente?

- deixa de ser ridículo e convencido!

- o Café acabou. Leite puro é horrível. Não vou escrever uma música para Ane, aquele cara era louco mesmo, compôs uma música para uma doença, para a noiva nada. Ei! Está me ouvindo?

- Hã sim, deve ser!

- odeio quando você fica viajando! “Aqui eu sou pago por hora e não por sentimentos!”

- deixa de ser idiota e pare de ficar repetindo essa frases daquele filme ridículo que passa sempre na Tv.

Era estranho ele parado ali vendo Tv, sempre me ignorava sempre fingi que nada existia. Eu sempre chato e ele nem ai, sempre vagando no seu mundo perdido. Já tínhamos nos pegado, foi estranho e louco. E hoje amizade. Era sempre assim por telefone ou MSN ele sempre dizia coisas que me arrepiava, olho a olho ele se perdia e não sabia nem falar direito. Sexo era assunto que não passava do olhar, beijo só no passado... sou movido a instintos. Era legal quando fica me dizendo “Tú me acostumbraste” naquele espanhol fudido!! Isso tudo aconteceu depois de ter lido para ele todo o conto de “aqueles dois” do Caio Fernando Abreu, ele curtiu tanto que até baixo o tango do Carlos Gardel “Tú me acostumbraste” . Sempre que desejava ele, eu ouvia Carlos Gardel inconscientemente, acho que se um dia rolar sexo terá Gardel, vai ser um algo assim, Gardel ou Caio Fernando Abreu... Espero que Fernando Pessoa não , poesia dá saco!!

- Ei! Tem alguém Ai?

- Jostein Gaarden! (falei sem pensar quando ele interrompeu meu pensamento)

- Só pensa em literatura?

- não penso em você também!! E em sexo, e em vocês dois juntos! (disfarcei de modo que parece piadinha)

Ele riu.

- Aqui farei Café você quer? Ou vai ficar viajando nesse seu mudinho como sempre!

- Você também viaja! Acabei de tirar você do seu mudinho perdido Cinderela.

Olhei bem nos olhos dele e disse “você fala de mais” e levemente beijei seus lábios. Eram doces e macios, ele fechou os olhos e deixou que acontecesse.

Para todos nós: Mercedes sosa